domingo, 17 de abril de 2016

PLENÁRIA da VERGONHA - Votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff


PLENÁRIA da VERGONHA 
Hoje, 18 de abril, segunda-feira, acordei triste, com febre e forte dores de cabeça. Não somente por causa da virose, mas principalmente por saber que ontem,17 de abril, foi um dia histórico para todos nós brasileiros e que este dia, não foi um demonstrativo de avanço. Domingo, presenciamos um espetáculo circense, com roteiro e direção escrito e montado pelo presidente da câmara EDUARDO CUNHA, político sem escrúpulos, réu no Lava-Jato, denunciado ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República, por corrupção e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 5 milhões em propinas.
As manifestações pró e contra impeachment ocuparam não somente a Esplanada dos Ministérios, mas as praças e ruas do nosso país, nos inquietando e provocando em nós...horas revolta...horas emoção. Desde muito jovem, participei intensamente das grandes manifestações políticas em meu país, e se nunca me filiei a nenhum partido político, foi exatamente por discordar das alianças "necessárias", por discordar das afirmativas "ele roubou, mas faz muito por São Paulo", ao referir-se a Maluf " ou " ele sucateou o Maranhão, mas é muito preparado" com relação a Sarney. Nunca engoli essas afirmações.
Lutamos pelas diretas e em pouco tempo, lutamos pelo impeachment de Collor, ao ficar comprovado seu envolvimento com corrupção. Quisera eu estar hoje comemorando a vitória da moralidade política no Brasil, como comemoramos a vitória das eleições diretas e qdo elegemos o nosso primeiro presidente pelo voto direto. Mas, o que se comemora nesse momento é o retrocesso da nossa História.
Confesso, que assim como chorei de emoção ao eleger Lula presidente, senti-me profundamente traída e incomodada ao vê-lo firmando alianças em nome do "mal necessário", com Collor, Sarney, Michel Temer, Renan Calheiros, Eduardo Cunha e tantos outros, que a esquerda tando combateu no passado. Quando vi as alianças, já previa que o pior estava pra vir, os ideiais da Dilma não iriam se amoldar aos de Eduardo Cunha e dessa cambada de políticos de direita. Pior ainda, que presenciar essas alianças, foi imaginar os acordos que estariam sendo feitos para a continuidade do poder. E o PT, aquele partido de tantos líderes que lutaram pela Reforma Agrária, melhoria da Saúde, Educação, pela questão da Mulher e tantas outras bandeiras, começava a desnuvelar-se e a fazer bordados e costuras, que não agradavam os meus olhos. Muitos políticos, que me fizeram crer que na política é possível trabalhar com ética e sem corrupção, foram se afastando e rompendo com o PT. Como é caso da Heloisa Helena, Chico Alencar, Marina Silva, João Alfredo, Renato Roseno, Cristóvão Buarque e tantos outros. Mas, quando o ideal de igualdade, liberdade, emancipação do povo e garantia dos direitos democráticos são ameaçados, juntam-se todos "quando a alma não é pequena". Foi o que presenciamos nesse momento político, onde o PSOL, PCdoB, PT e muitos deputados do PDT, deixaram de lado as divergências políticas, para salvar um projeto maior em nome da nação.
De cama, acompanhei pela TV um verdadeiro espetáculo circense durante a votação do impeachment . Vi pela segunda vez, a votação do impeachment. Se antes, fui as ruas de cara pintada, camiseta estampando "Fora Collor", me dói o corpo, a cabeça e principalmente o coração ao testemunhar, que nesse momento em nosso país, configura-se um retrocesso político e histórico sem prescedente. No qual, os "aliados" da presidenta Dilma, Michel Temer, vice-presidente da república e Eduardo Cunha, presidente da cãmara, contrariados nos seus ambiciosos interesses, maniqueisticamente organizam mecanismos pra destituir do poder, a presidenta eleita democraticamente pelo povo.
Se em 1989, ocorreu a queda do Muro de Berlim, unindo não só a Alemanha Oriental e Ocidental, mas representando o fim da Guerra Fria e reintegração dos povos, me entristece observar através da TV, um Muro de um quilômetro de extensão na Esplanada dos Ministério, como método para separar os manifestantes em dois grupos. A idéia segregacionista só poderia ser de um fascista evangélico, que pretende dividir o Brasil entre os "bons" e os " maus", logicamente para ele liderar os "bons". Por isso, o muro foi batizado pelo povo, como muro da vergonha e ganhou as páginas dos jornais estrangeiros
DE QUEM FOI A IDÉIA ?!
De Eduardo Cunha ex-aliado político de Dilma Rousseff, político que juntamente com Michel Temer ,vice-presidente da República, ajudaram a presidente Dilma a reeleger-se. Mas, como já era de se esperar, de quem faz política por oportunismo e não por ideologia, a "dupla dinâmica" de articuladores do processo Pro Impeachment, trairam a presidenta e o pacto à favor da nação.
QUE PAÌS É ESSE?!
Onde um homem como Jair Bolsonaro, machista, racista, homofóbico e defensor da ditadura em toda América Latina é eleito deputado? Pior ainda, ver que deputados eleitos pelo povo e que deveriam defender os direitos humanos, aplaudiram ontem o Bolsonaro, qdo ele ao votar à favor do Impeachment., dedicou seu voto ao Carlos Alberto Ustra, coronel do Exército Brasileiro, ex-chefe do DOI-CODI do II Exército, um dos órgãos atuantes na repressão política, durante o período do regime militar no Brasil. A Arquidiocese de São Paulo, por meio do projeto "Brasil Nunca Mais", denunciou mais de 500 casos de tortura cometidos dentro das dependências do Doi-Codi no período em que Ustra era o comandante, de 1970 a 1974.
Bolsonaro ainda na sessão, puxou o braço do deputado Jean Wyllys após o seu corajoso pronunciamento, dizendo:“veado”, “queima-rosca”, “boiola” e outras ofensas homofóbicas, provocando no calor da emoção, a reação imediata do deputado Wyllys, ao cuspir na cara de Bolsonaro. Nunca vi tanto horror num local, onde deveríamos presenciar bons exemplos.
Brasil presenciou ontem, um dos mais importantes fatos da História e ao mesmo tempo um Festival de Patifaria. A votação do impeachment presidida por um político, comprovadamente corrupto, seguido por bando de deputados, que na sua maioria jamais passariam na prova do ENEM. Muitos não entendiam a importância do voto de cada um, muito menos do que representaria naquele momento o voto de cada um. Era visível que ao votarem os deputados, não se posicionavam como responsáveis pelo destino da nação, ao justificarem o voto ao microfone, pareciam jogadores num cassino ou casa de Bingo. Votaram em nome dos filhos, da mãe, do pai e até chegaram a chamar o filho pra votar no seu lugar, não sendo aceito é claro.
Fui dormi com muita tristeza, vendo que avançamos no tempo e retrocedemos na nossa história política. Ao acordar, desejei ver manifestos nas redes sociais pedindo a saida do Eduardo Cunha. Afinal, os que torciam pelo Impeachment justificavam que queriam o fim da corrupção.
Mas, quanta decepção...o que vejo é muitos postando piadinhas favoráveis a Cunha, achando-o corajoso e afirmando que o mesmo é um "Mal Necessário" e até chamando-o de "meu Malvado Favorito".
BASTA!!! Chega de letargia, temos que nos unir e repudiar pessoas inescrupulosas, como Eduardo Cunha, Bolsonaro e seus aliados, sem TEMER.
Não podemos permitir que transformem nosso pais num picadeiro, como fizeram ontem.
Sigamos todos de mãos dadas contra essa corrupçao que instalou-se de forma vergonhosa na nossa política, em quase todos os partidos políticos. Que a gente siga sonhando, que é possível sim, fazer política sem alianças escusas e sem corrupção.
Que as investigações prossigam em todos os partidos e estados do Brasil. Que todos os envolvidos com corrupção, sejam exemplarmente punidos, a começar pelo afastamento de Eduardo Cunha no Senado. LUTEMOS!!!!
CONTINUEMOS na LUTA por um PAÍS JUSTO e DEMOCRÁTICO!


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